APRESENTAÇÃO

Deslocamento.

Ato ou efeito de mudar, de mover(-se) do lugar em que (algo) está ou estava. Sair de um lugar e chegar a outro ou a nenhum: mudar-se. 
Mecanismo de defesa por meio do qual o investimento afetivo é transposto de seu objeto original para um objeto substituto. 
Estranha palavra de múltiplas acepções: peso de uma embarcação, flutuando em águas calmas, o qual é idêntico ao volume de água deslocada pela parte imersa do casco. 

Com algumas inquietações, leituras e conversas esse grupo de nove artistas fotógrafos iniciou um percurso que culmina na publicação desse número 2 de Cenáculo. Melhor que percurso, um circuito cujos destinos (também de múltiplas acepções) são incertos e não estão no dicionário: um ciclo de ressignificação de experiências. Experiências que permitiram a cada um de nós acessar baús internos, remexer lá dentro com o olhar atento ao acontecível.
De longe, palavras e olhares estrangeiros como os de Leo Divendal, Marie Hippenmeyer e Machiel Botman nos permitiram juntos, caminharmos mais sozinhos contra o vento e contra o que estamos cegos de tanto ver. O deslocamento é um processo; esse deslocamento foi um processo. Mas é um caminhar incerto, cujo destino está eternamente em construção. Esse número de Cenáculo é essa construção.

Bárbara Aguiar e Daniel Helene
editores

ENSAIOS E PEQUENAS NARRATIVAS

CONVIDADOS

EM PALAVRAS