Exposição Distâncias Sutis. Casa das Rosas | de 5 a 31 de maio de 2015*

Beatriz Pontes, Bernardo Dorf, Daniele Queiroz, Flávia Tojal, Helena Rios, Luciana Mendonça, Marcelo Greco, Marcelo Guarnieri, Márcio Távora, Marina Piedade, Renata Angerami.

*Conversa com Luís Antônio Jorge e Mona Dorf | 22 de maio de 2015

“A mentira não está no discurso, mas nas coisas.”*

No início de 2014 fomos convidados pelo artista holandês Leo Divendal a participar de uma residência artística, em novembro do mesmo ano, em Amsterdam, Holanda. O tema: o deslocamento, o estar ‘aqui’ querendo sempre estar ‘lá’, tendo a cidade como elemento simbólico de representação.

No decorrer do ano, compartilhamos nossos mundos, discutimos, lemos, fotografamos, desenhamos, escrevemos. Provocados por obras de outros artistas, dos mais diversos suportes, vimos a nós mesmos, artistas visuais, vivendo nossos espaços, nossos planos e relevos, rumos e conexões.

Em Distâncias Sutis trazemos um apanhado deste processo preparatório – do desafio ao embarque -, as inquietações do ‘aqui’ projetando um ‘lá’, fragmentações, vazios, energias contidas, anulações, dúvidas, transformações.

Apresentamos nas duas vitrines elementos de nossos processos de criação, objetos, instrumentos de trabalho, esboços, livros e cadernos, um pouco de nossas experiências compartilhadas. Nas paredes estão os resultados individuais apresentados em mosaicos, como poemas visuais, que potencializam o significado da experiência criativa. A partir da forma e da percepção gerada por cada obra, e ensaiando aproximações e afastamentos entre elas, criamos narrativas abertas.

Convidamos os espectadores a se apropriarem de nossas construções poéticas, resignificando-as, assim como se faz a leitura de uma obra literária, com experiências e percepções individuais.

Qual é o espaço entre um estímulo e sua manifestação artística? Quão próximas estão a palavra e a imagem como formas de expressão artística? Onde fica a linha tênue que separa o ‘aqui’ do ‘lá’? Talvez estas distâncias sejam sutis pois dependem dos significados que atribuímos às coisas.

* Ítalo Calvino, em ‘As cidades invisíveis’